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~ O universal é o local sem paredes ~ Miguel Torga

Category Archives: EUA

Outrora, faz muito tempo, a verdade era algo importante – Paul Craig Roberts

22 Domingo Abr 2018

Posted by cduarouca in EUA, Internacional, Sociedade

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Israel, NY Times, Obama, Siria, Trump, Washington Post

Pergunto-me quantas pessoas, não apenas americanos mas aqueles em outros países, chegaram à conclusão de que hoje os Estados Unidos são menos livres e menos conscientes do que as sociedades em romances distópicos do século XX, ou de filmes como The Matrix e V for Vendetta . Assim como os personagens de romances distópicos não têm ideia da sua situação real, poucos americanos a tem. 

O que devemos fazer quanto aos extraordinários crimes de guerra cometidos pelos Estados Unidos no século XXI que destruíram no todo ou em parte sete países, resultando em milhões de mortos, mutilados, órfãos e deslocados? Considere, por exemplo, o último crime de guerra em Washington, o ataque ilegal à Síria. Ao invés de protestar contra essa ilegalidade, os media americanos incitaram-no, aplaudindo a morte e a destruição iminente. 

Durante a totalidade do século XXI, Israel, o único aliado de Washington – em contraste com os europeus, canadianos, australianos e japoneses que não passam de vassalos do império de Washington – com o apoio, protecção e encorajamento de Washington continuou o genocídio do povo palestino. Basicamente, tudo o que resta da Palestina é um campo de concentração gueto conhecido como Gaza, o qual é rotineiramente bombardeado por Israel utilizando armas e dinheiro fornecido por Washington. Quando o bombardeamento de Gaza é anunciado, o Povo Escolhido por Deus leva suas cadeiras de descanso e farnéis de piquenique a uma colina com vista para Gaza e aplaude quando militares israelenses assassinam mulheres e crianças. Este é o único aliado da América.

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A tempestade que se avizinha – Jorge Cadima

12 Segunda-feira Mar 2018

Posted by cduarouca in EUA, Internacional, Política

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A crise sistémica do capitalismo entrou numa nova e mais perigosa fase. As velhas potências imperialistas – EUA, europeias e Japão – estão a braços com uma profunda alteração na correlação mundial de forças no plano económico. Enfrentam (como na Síria) a resistência de povos e países à sua dominação; o perigo iminente duma nova derrocada económica; e o descontentamento e revolta crescentes dos trabalhadores contra a sua exploração desenfreada, mesmo nos países do centro imperialista (veja-se os EUA). As velhas classes dominantes recusam aceitar o fim da sua dominação hegemónica, mas as dificuldades geram crescentes contradições no seio dos EUA, na União Europeia e entre as duas margens do Atlântico. Reforça-se o partido da violência e guerra. Este início de ano é marcado por uma nova corrida armamentista (incluindo nuclear) e o multiplicar de ameaças de guerra, cada vez mais abertas, contra a Rússia e a China. A Humanidade enfrenta de novo o perigo real dum conflito de grandes proporções, cujas consequências seriam catastróficas.

A nova corrida às armas

A revista The Economist faz manchete (27.1.2018) com: «A próxima guerra». Em editorial, afirma que «nos últimos 25 anos a guerra ceifou demasiadas vidas [mas …] uma confrontação devastadora entre as grandes superpotências mundiais permaneceu quase inimaginável. [Mas hoje] um conflito numa escala e duma intensidade nunca vistas desde a segunda guerra mundial é de novo plausível». Na mesma altura, a revista Time (1.2.2018) dedicava a sua capa, ilustrada com um cogumelo atómico, ao tema «Tornando a América de novo nuclear». A revista dá conta do plano aprovado pelo governo Trump para gastar «1,2 biliões [triliões, na nomenclatura dos EUA] de dólares para reformular por inteiro o complexo de armas nucleares», ou seja, «modernizar a vetusta ‘triade nuclear’ de [aviões] bombardeiros, submarinos e mísseis baseados em terra».

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O capitalismo não está de boa saúde – José Goulão

03 Sábado Jun 2017

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Alemanha, capistalismo, Macron, May, Merkel, NATO, Shintaro Abe, Trump

Os principais avençados dos donos do mundo que se diz plural e tolerante não conseguiram disfarçar a inquietação com o ambiente e os resultados das duas recentes cimeiras que os juntam anualmente, encontros que habitualmente não passam de agradáveis pretextos de convívio culminados com risonhas fotos de família logo postas a correr mundo para nos dizer tudo vai bem, os deuses estão felizes.

Desta feita parece que não foi assim. Pragmatismo, afiançam comentadores de turno, também elas e eles preocupados com as repercussões de tão agitadas relações de forças no seu próprio futuro. Não me parece que seja assim tão simples: a elasticidade pragmática é insuficiente para encaixar tanta desavença, por muito que depois se tenham dado passos adiante e atrás, como asseguram que fez a senhora Merkel enquanto degustava umas canecas de cerveja perante as câmeras, para consumo próprio e eleitoral.

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A Venezuela, a América Latina e o Pentágono – António Abreu

01 Quinta-feira Jun 2017

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Brasil, Pentágono, Venezuela

Os crimes da oposição na Venezuela

No passado dia 14, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, acusou manifestantes opositores de incendiarem um jovem por pensarem que não pertencia aos seus grupos de oposição, depois de um novo dia de confrontos com a polícia de jovens com máscaras, arremessando pedras e cocktails molotov contra a polícia. Ao longo das últimas semanas, com a oposição da Mesa da Unidade Democrática (MUD) a usar o mesmo tipo de intervenções de destruições, saques, incêndios, delapidando um património incalculável, já morreram 60 pessoas, incluindo polícias, manifestantes e contra-manifestantes, sendo que parte dessas mortes se devem a tiros certeiros na cabeça por parte de snipers não identificados.

Maduro garantiu no dia em que ocorreu o crime contra o jovem, que vários dos «chefes de grupos de mercenários» opositores já estão presos e pediu justiça por parte dos organismos do Estado competentes.

A ofensiva contra revolução bolivariana acentuou-se muito depois da morte de Hugo Chávez. O Papa Francisco teve um papel de relevo na tentativa de parar as confrontações na Venezuela, quando em final do ano passado juntou antigos primeiros-ministros latino-americanos para se iniciar um diálogo. Por iniciativa de sectores da oposição esse diálogo então fracassou. Questionado agora por jornalistas sobre a possibilidade de relançar a iniciativa para o diálogo, o Papa Francisco criticou a falta de interesse da oposição: «Acho que (o diálogo) deve ocorrer agora, mas que as condições devem ser claras, muito claras. Mas a oposição não quer isso, é engraçado porque a oposição está dividida (…)».

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Coreia do Sul – Albano Nunes

20 Sábado Maio 2017

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Península da Coreia

Na instável e imprevisível situação internacional que hoje vivemos é necessário seguir com particular atenção os desenvolvimentos na região da Ásia-Pacífico, onde as ambições do imperialismo norte-americano, dos seus aliados da NATO e do Japão alimentam focos de confrontação extraordinariamente perigosos. A situação na Península da Coreia é o mais grave e recorrente exemplo desta situação, e a luta para pôr termo à escalada de tensão e por uma solução política que salvaguarde a soberania da RPDC e responda às aspirações do povo coreano à reunificação pacífica da sua pátria milenária é fundamental para a salvaguarda da paz. Neste sentido as gigantescas manifestações populares que na Coreia do Sul levaram à destituição da ex-presidente Park Geun-hue e à vitória de Moon Jae-in nas eleições presidenciais de 9 de Maio representam uma derrota da reacção sul-coreana e do imperialismo norte-americano. São particularmente significativas as declarações do novo presidente favoráveis ao diálogo com a RPDC e à suspensão da instalação do sistema antí-missil norte-americano THAAD directamente dirigido contra a China e que visa dotar os EUA de uma superioridade militar estratégica tal que lhe permita desencadear um ataque nuclear protegendo-se da inevitável resposta.

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A absolvição de Donald Trump – José Goulão

24 Segunda-feira Abr 2017

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Agora sim, o presidente dos Estados Unidos age como lhe compete: trata a Rússia como o inimigo que, com todo o descaramento, procura impedir a balcanização da Síria, assim contrariando o incontrariável Israel; e aponta o dedo ameaçador à China, usando a Coreia do Norte como intermediário.

As reprimendas duras de amigos e aliados, a revolta caricaturada em manifestações inconsequentes e mesmo as conjecturas sobre um hipotético impeachment de Donald Trump cessaram como por encanto.

Secaram as lágrimas de crocodilo sobre a tragédia dos imigrantes que a Administração norte-americana declara ilegais; os muros e cercas erguidos na fronteira entre os Estados Unidos e o México passaram a ser compreendidos, como tolerados são os levantados na Europa contra a «praga» dos refugiados (David Cameron dixit); o triste fim do pueril Obamacare perdeu o significado como bandeirinha de um protesto hipócrita, acomodada agora nos fundos de uma qualquer gaveta perdida.

Dissolveu-se assim a tempestade sobre Washington, soprada a partir do mundo que se auto define como civilizado durante os primeiros 100 dias da presidência imperial de Donald Trump. Para alcançar tão pacífica acalmia bastaram um bombardeamento contra o território soberano da Síria; o lançamento de uma superbomba contra o Afeganistão supostamente independente – um feito heróico cantado numa babel de línguas, ainda que viole algumas normas básicas da ONU; um piedoso acto de contrição declarando que «a NATO já não é obsoleta»; e uma arenga com ameaças de guerra contra a Coreia do Norte proferida in loco pelo vice-presidente Mike Pence, imitando uma pose do rambo.

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A perigosa situação internacional e a premência da luta pela paz

21 Sexta-feira Abr 2017

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Afeganistão, belicismo, China, Imperialismo, Iraque, Líbia, NATO, Obama, Rússia, República Popular Democrática da Coreia, Siria, Trump, Ucrânia, Venezuela

Nota do Secretariado do Comité Central do PCP

Nos últimos dias verificou-se um perigoso agravamento da situação internacional. A escalada militarista dos EUA, impulsionada pela irresponsabilidade aventureira da administração Trump, acompanhada pelos seus aliados, incluindo da NATO e da União Europeia, e pela cobertura de uma colossal campanha mediática de desinformação, suscitou e continua a suscitar a maior inquietação por parte das forças progressistas e amantes da paz.

Os EUA, procurando a todo o custo afirmar a sua hegemonia no plano mundial e dando mostras da mais insolente arrogância e desprezo pela legalidade internacional e a soberania dos Estados que pretendem submeter, estão empenhados numa deriva imperialista de ameaças, provocações e intervenções militares que colocam o mundo perante a iminência de conflitos regionais devastadores e mesmo de um conflito de proporções mundiais.

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A mentira como arma de guerra – Pedro Guerreiro

17 Segunda-feira Abr 2017

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Imperialismo

Nas guerras imperialistas a verdade é a primeira vítima. As acções de agressão à soberania dos povos por parte dos EUA e seus aliados – para eliminar governos e destruir estados que de algum modo se lhes não submetam – têm sido precedidas por operações de manipulação para, com base em falsos pretextos, criar as condições para que aquelas sejam acriticamente aceites e até vistas como se legítimas fossem.

Recordemos as recentes guerras contra o Iraque e a Líbia e as campanhas de falsidades e desinformação que as acompanharam, através das quais os EUA e seus aliados pretenderam ocultar os reais objectivos e as brutais consequências das suas criminosas acções, procurando dificultar a sua ampla denúncia e condenação e estigmatizar e desacreditar a expressão da solidariedade para com a legítima resistência face à agressão.

A agressão dos EUA e seus aliados à Síria e ao seu povo não é excepção. Desde o primeiro momento a falsidade, nomeadamente assumindo a forma da provocação, acompanhou a acção dos agressores que constantemente procuram criar um qualquer pretexto que favoreça a escalada da intervenção externa contra este país, tendo sido denunciados hediondos crimes perpetrados por grupos terroristas com este propósito – incluindo a utilização de armas químicas –, intencionalmente atribuídos ao governo e Forças Armadas sírias.

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Agora, Donald Trump já é bom?! – Pedro Tadeu

11 Terça-feira Abr 2017

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flase flags, guerra, hipocrisia, Homs, Siria

Quando vejo os dirigentes desta querida Europa Ocidental, suposta paladina dos direito humanos, da liberdade e da paz, aplaudirem unanimemente o bombardeamento norte-americano contra instalações militares, governamentais, na Síria, para penalizar uma utilização de armas químicas, concluo: “Não aprendemos nada.”

Quando, pela enésima vez, vejo repetida a cena da crónica subserviência europeia, acrítica e impotente, às ações intempestivas da política norte-americana (embora coerentes com uma estratégia política de domínio do Médio Oriente), exclamo: “Pois… não aprendemos nada…”

Quando vejo tantos aplausos a Donald Trump, dados pelas mesmas pessoas que na véspera acusavam o presidente norte-americano de ser um perigo para a democracia, chego à desesperada conclusão: “Realmente, bolas, não aprendemos nada!”

Não aprendemos quando os norte-americanos juraram que Saddam Hussein tinha armas de destruição maciça, uma comprovada mentira que justificou a segunda invasão do Iraque em 20 de março de 2003.

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PCP condena agressão dos EUA à Síria

09 Domingo Abr 2017

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2013, flase flags, guerra, hipocrisia, Homs, Siria

O PCP condena veementemente o bombardeamento perpetrado pelos EUA contra a República Árabe Síria, um acto de agressão em clara violação do Direito Internacional e da soberania e integridade territorial do Estado sírio.

Trata-se de mais um acto de agressão que se insere na guerra que, desde há seis anos, é movida pelos EUA e seus aliados na Europa e no Médio Oriente – incluindo através da criação e apoio a grupos terroristas – contra a Síria e o seu povo.

Recordando as campanhas de desinformação e manipulação que sustentaram as agressões ao Iraque e à Líbia, o PCP chama a atenção que este acto de agressão é desencadeado a pretexto de um alegado «ataque com armas químicas» em Khan Sheikoun, na Província de Idleb, que as autoridades sírias categoricamente negam e cujas reais circunstâncias e autoria carecem de cabal esclarecimento, tanto mais quando tem sido denunciado o armazenamento e a utilização de armas químicas pelos grupos terroristas na Síria.

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O Tratado de Roma e o método Jean Monnet – Carlos Carvalhas

22 Quarta-feira Mar 2017

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Tratado de Roma

Em 1970, Henry Kissinger interrogava-se em tom de ironia: «A Europa, que número de telefone?».

Hoje, já não podia repetir a ironia, bastava telefonar para a Senhora Merkel ou para o seu intratável ministro das Finanças, de tal modo a «Europa» se tornou alemã. E para saber os números dos telefones podia dirigir-se à CIA, que os tem registados e vigiados.

Os profissionais do europeísmo podem continuar a falar numa União entre iguais, podem continuar a contar a «sua» história da construção europeia e a repetir o catecismo dos seus mitos que não alteram a realidade de uma Europa cada vez mais comandada por uma só potência e cada vez mais desigual.

Hoje é-lhes mais difícil, sem hipocrisia ou cinismo, repetir as fórmulas vazias: «a Europa é a coesão económica e social; a solidariedade; o nivelamento por cima; a paz; o nosso futuro!»

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Ficção política – Luís Carapinha

21 Terça-feira Mar 2017

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anti-rússia, desinformação, falsificação, Manipulação

A barragem desinformativa anti-russa tomou conta da agenda política e comunicacional dominante. Mais além da parafernália e delírio propagandísticos, e independentemente de considerações críticas de substância que há a fazer sobre a evolução e vicissitudes do capitalismo russo, retenha-se que esta é essencialmente uma campanha oportunista e funcional aos objectivos agressivos dos EUA e das potências imperialistas, num tempo de grande turbulência sistémica em que as feridas do tombo capitalista mundial de 2007/8 estão longe de sarar.

Não é pois perdoável que a Rússia se atreva a resistir ao status-quo e a ser cooptada pelos desígnios da ordem mundial prevalecente que naturalmente tem como centro os EUA. Os EUA, UE e NATO bombardeiam e retalham a Jugoslávia, fazem gato sapato da Carta da ONU e direito internacional; um presidente norte-americano que invadiu o Afeganistão e o Iraque com base em mentiras proclama a cruzada contra Ialta e a ordem internacional fundadora saída de 1945, mas é Moscovo, por natureza, a potência revisionista.

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A situação do País face a desenvolvimentos da situação internacional

09 Quinta-feira Fev 2017

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Jerónimo de Sousa

A evolução da situação internacional, os recentes e previsíveis desenvolvimentos na União Europeia associados a outros factores externos têm de ser olhados na sua plena dimensão e repercussões no plano nacional. A tomada de posse da nova Administração dos EUA e as suas implicações políticas, económicas e comerciais ainda imprevisíveis, a desvinculação do Reino Unido da União Europeia, as novas regras de «financiamento» anunciadas pelo BCE, os factores de instabilidade e guerra persistentes em vários pontos do mundo colocam não pouca incerteza sobre os seus desenvolvimentos e consequências.

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Imperialismo, disputas e contradições – Albano Nunes

03 Sexta-feira Fev 2017

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Ninguém deve subestimar as notícias que chegam dos EUA. O homem de quem mais se fala, cujo comportamento obsceno está a fazer as manchetes da comunicação social de todo o mundo, é realmente um perigoso produto do establishement norte-americano e é verdadeiramente inquietante que no contexto da eleição do presidente da mais poderosa potência capitalista estejam a levantar cabeça as forças mais obscurantistas e reaccionárias da sociedade norte-americana, e que um tal personagem se abalance a decisões tão graves como a «acção executiva» que veda a entrada nos EUA de cidadãos de vários países de maioria muçulmana associando provocatoriamente o Islão ao terrorismo.

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Trump, a velocidade e a forma – António Santos

30 Segunda-feira Jan 2017

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estrumeira, Trump

«Posso contratar metade da classe trabalhadora para matar a outra metade». Século e meio depois do magnata nova-iorquino Jay Gould sintetizar assim a sua a fórmula para suprimir as greves dos trabalhadores ferroviários, a velha máxima recobra fôlego em Trump, ainda que abreviada, à guisa de tweet, para «Primeiro a América».

A primeira semana da nova administração, pródiga em desenvolvimentos rápidos como as «semanas em que décadas acontecem», como escreveu Lénine, inaugurou, não uma ruptura com as anteriores administrações, mas o aprofundamento e a aceleração do rumo traçado. É na esteira de Clinton, Bush e Obama que Trump anuncia o desmantelamento das funções sociais dos estados e do governo federal: Obama fez da saúde um negócio mais lucrativo para as seguradoras e mais dispendioso para os trabalhadores; ao retirar a famigerada lei do Afordable Care Act, também conhecida como Obamacare, Trump vem acelerar o processo. Após o peremptório e conveniente falhanço do Obamacare, será mais fácil impor à saúde as leis do mercado e da selva, deixando 20 milhões de estado-unidenses sem acesso à saúde. Se dúvidas sobre esta matéria restarem, recorde-se, por exemplo, os cortes orçamentais decretados por Obama ao Medicare e ao Medicaid, os programas de saúde para idosos e pobres, respectivamente. Trump já avisou que vai desmantelar o que sobra. Continuidade e aceleração presidiram e guiaram igualmente as ordens executivas que, esta segunda-feira, proibiram todas as agências federais de contratar novos funcionários, os cortes no programa de saúde sexual e reprodutiva Planned Parenthood, de que depende a saúde de cinco milhões de pessoas, principalmente mulheres, a deportação de milhões de imigrantes, a construção de muros ou a ameaça de novas guerras…

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Não se vê luz ao fundo do túnel- Carlos Carvalhas

27 Domingo Nov 2016

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contradições, crash financeiro, economia mundial, estagnação

Nove anos depois do rebentar da Bolsa, em Agosto de 2007, seguido do brutal crash financeiro, a economia mundial não consegue dar resposta às principais questões com que tem estado confrontada: elevadíssimo endividamento privado e público, crescimento anémico, elevadas taxas de desemprego, taxas de inflação quase nulas e taxas de juro directoras nulas ou negativas, políticas e programas dos bancos centrais (d’assouplissement monetaire – quantitative easing) de fornecimento maciço de liquidez à banca, que não tem conseguido relançar a inflação nem estabilizar as finanças.

As contradições do sistema acumulam-se, o recurso às taxas negativas, com o objectivo de facilitar o investimento, combater a deflação e permitir o financiamento das empresas e dos Estados, tornando mais suportável o garrote das dívidas, não se pode manter indefinidamente.

Por um lado, o sistema financeiro acusa os bancos centrais de com as taxas negativas laminarem as margens bancárias e dos seguros (de que pouco se fala mas que estão estreitamente imbricados aos bancos e fundos de investimento e que podem ser os primeiros a deflagrar), por outro, os mesmos bancos, as empresas e os Estados fortemente endividados temem pelo aumento das taxas de juro.

Os bancos centrais dizem que não podem fazer tudo, que os Estados têm a sua quota parte, mas não se vê um caminho claro. Perante o impasse, Mário Draghi, vai dizendo «é preciso que os governos nacionais tomem medidas para libertar o crescimento, reduzir o desemprego, capacitar os indivíduos e oferecer protecção aos mais vulneráveis». Santa oração!

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As portas giratórias do grande capital – Miguel Viegas

17 Quinta-feira Nov 2016

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deputado Parlamento Europeu, durão barroso, Goldman Sachs, Miguel Viegas, PCP Aveiro

Miguel%20ViegasNa sequência da passagem de Durão Barroso da Comissão Europeia para a Goldman Sachs, a expressão «portas giratórias» (do inglês «revolving doors») passou a fazer parte do quotidiano jornalístico. A expressão aplica-se ao fluxo habitual de dirigentes políticos ou altos funcionários das instituições europeias para as grandes empresas multinacionais e vice-versa e indicia uma relação promíscua entre o poder político e os interesses privados.

Mas como já estamos habituados, os órgãos de comunicação social ao serviço do capital e as instituições políticas da UE, com especial destaque para o Parlamento Europeu, optam, de forma não inocente, por pegar nestes assuntos de forma totalmente superficial, privilegiando o tratamento personalizado, o caso isolado desta ou daquela personalidade política, como se estivéssemos em presença de um caso de excepção, ou de uma situação de abuso, passível de ser resolvida com uma pequena melhoria do acervo regulatório.

Não pretendemos aqui minorar o caso concreto do ex-presidente da Comissão Europeia. O que nos parece relevante é colocá-lo no quadro mais amplo da completa permeabilidade existente entre a Comissão Europeia e o grande capital, de que Durão Barroso é naturalmente um exemplo paradigmático. E já agora, é bom referir que, para além da Goldman Sachs, Durão Barroso passou igualmente a fazer parte do conselho diretivo do Grupo Bilderberg e foi nomeado presidente do comité de honra do European Business Summit, duas organizações onde estão representados os lóbis mais poderosos do grande capital europeu e norte-americano. Curiosamente (ou talvez não) esta informação não passou na comunicação social.

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A ordem natural das coisas- José Goulão

12 Sábado Nov 2016

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América, Trump

georgi_licovski_epa_trump

O sistema de poder mais fiscalizado, filtrado e policiado do mundo jamais se enganaria na escolha daquele que interpreta os seus interesses e exigências num determinado momento e nas circunstâncias existentes.

Não confundir sistema de poder com sistema político. Os dois universos estão normalmente em consonância, porque disso cuida a estabilidade fundamental para os magnos interesses que enformam a estrutura que comanda. Porém, quando esta não se sente confortável nem segura com os caminhos da política interna, e externa, é óbvio que se vê obrigada a recorrer ao exterior da estrutura tradicional, abrindo caminho a um outsider, tornado insider enquanto o diabo esfrega um olho.

É o caso da entronização de Donald Trump em detrimento da senhora Clinton, que tantas etapas queimou para corresponder ao que o sistema de poder actualmente exige de um presidente que se esturricou a si mesma, numa sucessão de malfeitorias com as quais o establishment tem muitas dificuldades em lidar perante a opinião pública, por muito condicionada esta seja.

As circunstâncias em que decorreu o presente episódio eleitoral nos Estados Unidos exibem o nível mais reles da política. Nada do que aconteceu tem a ver com democracia, com uma ideologia que não seja a não-ideologia, com debate de ideias ou esclarecimento da situação social.

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Ameaças – Jorge Cadima

13 Quinta-feira Out 2016

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belicismo, imperialismo americano

Recrudesce a agressividade do discurso do círculo dirigente dos EUA contra a Rússia capitalista. Um chefe militar fala em “esmagá-la”, outro praticamente anuncia uma escalada terrorista em território russo. A voz do partido da guerra soa cada vez mais alto, e concentra-se no ataque à segunda maior potência nuclear do mundo. Nunca a luta pela paz e contra a loucura belicista foi tão urgente.

O Chefe de Estado Maior do Exército dos EUA, Gen. Milley, ameaçou num discurso oficial: «quero ser muito claro com aqueles que se tentam opor aos Estados Unidos […] vamos travar-vos e vamos esmagar-vos de forma mais dura do que alguma vez vos tenham esmagado» (no YouTube, e citado em www.military.com, 5.10.16). A ameaça é dirigida à segunda maior potência nuclear do planeta, a Rússia. Outra ameaça veio do porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros dos EUA: «grupos extremistas irão expandir as suas operações, incluindo – sem qualquer dúvida – ataques a interesses russos, talvez mesmo contra cidades russas» (NYT, 29.9.16). Um editorial do New York Times  (29.9.16) tem o título «O Estado fora-da-lei de Vladimir Putin». Porquê tamanha histeria contra a Rússia capitalista?

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Os EUA bombardearam o cessar-fogo na Síria – António Abreu

19 Segunda-feira Set 2016

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cessar-fogo, guerra

Há dois dias, aviões norte-americanos mataram pelo menos 62 soldados sírios. Saíram, depois da reunião à porta fechada do Conselho de Segurança da ONU convocado pela Rússia para esclarecer esta questão, e optaram por lamentar junto aos jornalistas o sucedido e para afirmar que «seja qual for o resultado da investigação sobre este caso (!!), a aviação não o fez intencionalmente.» Esperar-se-iam desculpas à Síria e aos familiares dos soldados mortos. Isso não aconteceu. Terroristas do Estado Islâmico progrediram para o território ocupado pelos soldados sírios mortos.

A opinião pública não perdoará aos EUA novo malogro do plano de cessar-fogo para a Síria, como aconteceu ao de Fevereiro.

Os estrategas do Pentágono decidiram há vinte anos a destruição da democracia e desenvolvimento de muitos países, começando, na fase das “revoluções coloridas” desta década, pela Líbia e pela Síria, esta em 2011. Há razões políticas e energéticas nestes planos maquiavélicos: retirar aliados à Rússia, acabar com o não-alinhamento e obter a exploração do petróleo desses países, impedindo a Rússia de ser fornecedora de petróleo e gás à Europa.

A liquidação das condições de vida dos sírios, a destruição das suas cidades, a falta de condições de habitabilidade, de acesso a alimentação e água durante cinco anos consecutivos, originou o desespero, mais e duas centenas de milhares de mortos, centenas de milhares de refugiados.

O clamor universal para que desta vez se calem as armas é maior.

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A caminho da democracia da/na América – Francisco Gonçalves

14 Domingo Fev 2016

Posted by cduarouca in EUA, Francisco Gonçalves, Política, Portugal, Presidenciais 2016, Sociedade

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2016, ano de eleições presidenciais em Portugal e nos EUA. Salvaguardadas as devidas diferenças de dimensão, riqueza e regime dos países em causa uma semelhança descortinamos, as de cá foram, as de lá serão (como é habitual), eleições de televisão, com baixa participação eleitoral e muito, muito, espectáculo.

O Emídio Rangel tinha razão, a televisão, afinal, pode, mesmo, vender Presidentes da República. Das eleições portuguesas estão feitas as digestões dos resultados, algumas mais aziadas, como a minha – vi eleito um presidente de direita e Edgar Silva aquém do exigido. É por isso, talvez, tempo de um derradeiro olhar, um olhar mais distante, que o tempo já começou a esculpir.

Participei em várias acções de campanha, das que não aparecem ou aparecem fugazmente na televisão: visitas a instituições, distribuições, sessões públicas, comícios, debates. Como eu, foram centenas no distrito, milhares no país, chamando a atenção para os problemas da região e do país, para o papel do Presidente da República, para as opções políticas com que Portugal se confrontará no futuro. Contrariamente a outras campanhas eleitorais foram raras, muito raras mesmo, as vezes em que nos cruzámos na rua com as outras candidaturas, apesar de serem dez ao todo. E por uma razão simples, não fizeram campanha, circunscreveram-se a uns bonecos para a televisão.

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Putin coloca Washington em xeque – Paul Craig Roberts

11 Domingo Out 2015

Posted by cduarouca in EUA, Europa, Internacional, Notícias

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Obama, Putin, Siria

«Não podemos mais tolerar o estado das coisas no mundo» Presidente Vladimir Putin”

Na última quarta-feira (28.Set.2015) o mundo constatou a diferença entre a Rússia e Washington. A abordagem de Putin baseia-se na verdade; a de Obama consiste em inúteis bravatas e mentiras, e as mentiras de Obama estão em vias de se esgotar.
Pelo facto de dizer a verdade num tempo em que enganar é universal, Putin realizou um acto revolucionário. Referindo-se à mortandade, destruição e caos que Washington trouxe ao Médio Oriente, Norte de África e Ucrânia, e às forças jihadistas extremistas que desencadeou, Putin perguntou a Washington: «Têm consciência do que fizeram?».
A pergunta de Putin recorda-me a que Joseph Welch colocou ao caçador de bruxas Senador Joseph McCarthy: «O senhor não tem qualquer sentido do que é decente?». Atribui-se à pergunta de Welch o início do declínio da carreira de McCarthy.
Talvez a pergunta de Putin venha a ter o mesmo impacto, e ponha fim ao reino do «Excepcionalismo Americano».

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“A ameaça iraniana” Quem é que constitui o perigo mais grave para a paz mundial? – Noam Chomski

07 Quarta-feira Out 2015

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Afeganistão, Arábia Saudita, China, Coreia do Norte, Irão, Israel, nuclear, ONU, Paquistão, Rússia

De acordo com as agências de opinião ocidentais (WIN/Gallup International), o campeonato da “maior ameaça” é ganho pelos EUA. O resto do mundo vê-os como a mais séria ameaça à paz mundial, por grande margem. No segundo lugar, bastante abaixo, está o Paquistão com uma pontuação possivelmente exagerada pelo voto indiano. O Irão está classificado bastante abaixo desses dois, junto com a China, Israel, Coreia do Norte e Afeganistão.

Há grande alívio e otimismo em todo o mundo sobre o acordo nuclear alcançado em Viena entre o Irão e os países do grupo P5+1, os cinco membros com poder de veto no Conselho de Segurança da ONU, mais a Alemanha. A maior parte dos países partilha aparentemente da avaliação da Associação de Controle de Armas dos EUA, segundo a qual “o Plano Integral de Ação Conjunta estabelece por um período superior a uma geração uma fórmula poderosa e eficiente de bloqueio de todas as vias pelas quais o Irão poderia adquirir materiais para armas nucleares e um sistema de verificação que durará indefinidamente para rápida deteção e dissuasão de possíveis tentativas do Irão para secretamente procurar conseguir armas nucleares.”

Há contudo notáveis exceções ao entusiasmo geral: os Estados Unidos e os seus mais próximos aliados, Israel e Arábia Saudita. Uma consequência disto é que as grandes empresas americanas, com muita pena sua, estão impedidas de se juntar em Teerão às suas análogas europeias. Setores proeminentes do poder e da opinião americanos partilham a posição dos dois aliados regionais e por isso encontram-se em estado de virtual histeriacom a “ameaça iraniana.” Comentários a sério que atravessam o leque das opiniões nos Estados Unidos afirmam esse país como “a mais grave ameaça para a paz mundial.” Mesmo apoiantes do acordo são cautelosos, dada a excecional gravidade dessa ameaça. Ao fim e ao cabo, como podemos confiar nos iranianos com o seu terrível palmarés de agressão, violência, revoltas e enganos?

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O drama da imigração «ilegal» – Exploração e guerras imperialistas – Inês Zuber

06 Terça-feira Out 2015

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causas, crise, guerras imperialistas, migrantes, refugiados

Segundo dados das Nações Unidas, em 2005, existiam 191 milhões de migrantes internacionais1, número que subiu para 232 milhões em 2013. De acordo com as últimas estatísticas da Agência da ONU para os refugiados (ACNUR), actualmente o número de «migrantes forçados» em todo o mundo ultrapassa os 500 milhões e não cessa de aumentar. De sublinhar que os considerados «migrantes forçados» são aqueles que cabem no conceito de refugiado definido na Convenção de Refugiados de 1951, segundo o qual um refugiado é uma pessoa que «temendo ser perseguida por motivos de raça, religião, nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas, se encontra fora do país de sua nacionalidade e que não pode ou, em virtude desse temor, não quer valer-se da proteção desse país». O que imediatamente nos faz questionar se aqueles que são obrigados a sair do seu país de origem por não terem condições de sustento económico, aqueles que fogem da miséria devido, por exemplo, ao desemprego ou às alterações climáticas, não se deveriam também enquadrar no grupo dos que migraram de forma forçada e não voluntária. Ainda assim, e mesmo cingindo-nos ao conceito de refugiados, assistimos hoje a um fluxo de refugiados maior do que aquele que existiu durante a Segunda Guerra Mundial. Continuar a ler →

Discurso de Serguei Lavrov na 66.a Sessão da Assembleia-Geral da ONU

31 Sexta-feira Out 2014

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Afeganistão, Iraque, Jugoslávia, Lavrov, Líbia, NATO, Ucrânia

Senhor Presidente
Minhas senhoras e meus senhores.

?????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????Hoje vê-se cada vez com mais clareza a contradição entre, por um lado, a necessidade de acções colectivas de parceria no interesse da elaboração de respostas apropriadas aos desafios comuns e, por outro, o desejo de um certo número de países de dominar, de restaurar a mentalidade arcaica da confrontação dos blocos que se apoiam numa disciplina de caserna e numa lógica de preconceitos — «nós / os outros». A aliança ocidental, tendo à cabeça os Estados Unidos que se colocam como defensores da democracia, do primado da lei e dos direitos do homem nos países terceiros, age directamente ao inverso, no cenário internacional, rejeitando o principio democrático da igualdade soberana dos Estados, tal como fixado pela carta das Nações Unidas, e ensaiando decidir por todos o que está bem e o que está mal.

Washington proclamou abertamente o seu direito de utilizar a força militar de forma unilateral e não importa onde para a defesa dos seus próprios interesses. A intervenção militar tornou-se a norma, mesmo apesar do facto de todas as operações de força executadas pelos Estados Unidos no decurso dos últimos anos terem acabado mal.

Rudes golpes foram dados na estabilidade internacional: bombardeamento da Jugoslávia pela OTAN, intervenção no Iraque, ataque da Líbia, derrota no Afeganistão. Só graças a esforços diplomáticos intensos não se realizou a agressão contra a Síria em 2013. Não podemos deixar de pensar que as várias “revoluções coloridas” e outros projectos visando a substituição de regimes indesejáveis só têm por fim criar o caos e a instabilidade.

Hoje, a Ucrânia tornou-se vítima dessa política. A situação revela a persistência de defeitos profundos, sistemáticos, na arquitectura existente da zona euro-atlântica. O Ocidente decidiu «uma estruturação vertical da humanidade» em função dos seus próprios padrões, que estão longe de ser inofensivos. Proclamando a sua vitória na «guerra-fria» e o êxito do pretendido «fim da história», os Estados Unidos e a União Europeia procuraram alargar o seu espaço geopolítico sem ter em conta o equilíbrio dos interesses legítimos de todos os povos da Europa. Os nossos parceiros ocidentais não ligaram aos nossos repetidos avisos sobre a impossibilidade de aceitar da violação dos princípios da Carta das Nações Unidas e o Acto final de Helsínquia, esquivaram-se em todas as ocasiões a fazer em comum um trabalho sério a fim de criar um espaço único de segurança, igual e indivisível e de cooperação, do Atlântico ao Pacífico. A proposta russa de estudar um tratado de segurança europeia foi rejeitada. Declararam-nos simplesmente que garantias juridicamente constrangedoras em matéria de segurança só podem ser obtidas por membros daAliança Atlântica que, entretanto, continuou a deslocar-se para o Leste apesar das promessas em contrário anteriormente feitas. A passagem instantânea da OTAN para uma retórica hostil e à redução da cooperação com a Rússia mesmo em detrimento dos interesses próprios dos países ocidentais, à intensificação suplementar da infra-estrutura militar nas fronteiras russas, pôs em evidência a incapacidade da aliança em mudar o seu código genético criado no tempo da «guerra-fria».

Os Estados Unidos e a União Europeia apoiaram o golpe de Estado na Ucrânia. Justificaram sem discernimento todas as acções das autoridades autoproclamadas de Kiev, que tinham escolhido como fim político esmagar pela força a parte do povo ucraniano que havia rejeitado as tentativas de impor ao conjunto do país uma ordem anticonstitucional e queria defender os seus direitos à língua materna, à sua cultura e à sua história. É justamente esta ofensiva agressiva contra os direitos que obrigou os habitantes da Crimeia a tomar o seu destino nas mãos e a fazer a sua escolha a favor da autodeterminação. Essa foi uma escolha totalmente livre, por mais que possam inventar os que são os primeiros responsáveis pelo conflito interno na Ucrânia. Continuar a ler →

Pirómanos – Jorge Cadima

18 Sábado Out 2014

Posted by cduarouca in EUA, Internacional, PCP

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A realidade – que o planeta inteiro conhece bem – é que desde há três anos os EUA e as potências imperialistas europeias – e não só os seus aliados da região – estão empenhados em financiar e armar o jihadismo para abater Assad. Criaram o ISIL, tal como criaram Bin Laden. Agora mostram-nos vídeos de cidadãos ocidentais decapitados. Mas durante anos ignoraram todos os vídeos que os próprios «rebeldes» colocavam na Internet, vangloriando-se de decapitar soldados, civis, padres cristãos.

Há quase um mês, Obama anunciou ataques aéreos no Iraque e Síria, alegadamente para «atacar alvos do ISIL», o movimento terrorista também conhecido pela sigla ISIS. O saldo é relatado pelo jornalista P. Cockburn no Independent (12.10.14): «Os jihadistas estão prestes a tomar [a cidade de] Kobani, na Síria, e a parte ocidental de Bagdade está em sério perigo». E acrescenta: «Numa ofensiva […] desencadeada a 2 de Outubro, mas pouco noticiada no resto do mundo, o ISIS capturou quase todas as cidades e vilas que ainda não controlava na província de Anbar, uma vasta região do Iraque ocidental que cobre quase um quarto do país». No vizinho Líbano os jihadistas do ISIL atacaram a importante cidade de Baalbeck (Independent, 6.10.14). Tudo isto, apesar dos bombardeamentos norte-americanos (com numerosas vítimas civis) e do regresso ao Iraque de 1600 soldados dos EUA e «dezenas de soldados das forças especiais» do Canadá (Al Jazeera, 3.10.14). Pouco admira que «no Iraque, [haja] profundas suspeitas de que a CIA e o Estado Islâmico estão unidos», como titulava um artigo no New York Times (20.9.14). Continuar a ler →

A magnitude impressionante da crise – Juan Torres López

08 Quarta-feira Out 2014

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2008, crise, emissão de moeda

base_monetaria_usd

Segundo dados do Federal Reserve Bank of St. Louis, dos Estados Unidos, que podem ser verificados aqui , em um só ano (2008) foi criado mais dinheiro (817.904 milhões de dólares) do que o que se criou nos sessenta e três anos anteriores (desde 1945 a 2008 foram criados 821.686 milhões de dólares) e nos seis anos de crise que vão de Janeiro de 2008 a Setembro de 2014 foi criado quatro vezes mais dinheiro (exactamente 3,91 vezes) do que de 1945 a 2008.

Considerando que não se pode dizer que nem os Estados Unidos nem os seus bancos já saíram da crise, desses dados pode-se deduzir claramente a magnitude que teve o “rombo” que as entidades financeiras na economia. Continuar a ler →

Califado imperial – Jorge Cadima

05 Sábado Jul 2014

Posted by cduarouca in EUA, Europa, Internacional

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caos, estado islâmico, guerra, Iraque

O que se passa no Iraque começa a ganhar contornos mais claros. Nos últimos dias assistiu-se a uma muito propagandeada «declaração dum Estado islâmico» que abrangeria partes do Iraque e Síria. Longe de ser recebida com as declarações em «modo guerra» das potências imperialistas, os seus órgãos de propaganda quase parecem elogiar a iniciativa. Um jornalista da BBC (30.6.14) escreveu: «o estabelecimento do califado é rico em significado religioso, cultural e histórico. Gerações de radicais sunitas sonharam com o momento em que, nas palavras do porta-voz do ISIS [Estado Islâmico do Iraque e Síria] Abu Mohammad al-Adnani, os Muçulmanos ’se libertem da poeira da humilhação e da desgraça’ e um novo califado surja do caos, confusão e desespero do moderno Médio Oriente. […] a imagem do esboroar das velhas fronteiras do tempo colonial é uma poderosa afirmação, destinada a atrair novos recrutas para esta jihad fulgurante». Ao mesmo tempo, Israel surge a promover a criação dum Estado curdo. O criminoso primeiro-ministro Netanyahu diz que «devemos apoiar a aspiração curda à independência» e que os curdos são «uma nação de combatentes que provaram o seu comprometimento político e merecem a independência» (Guardian, 29.6.14). Fossem estas palavras sinceras, e há muito que o martirizado povo Palestino teria o Estado a que tem direito. Mas a intenção de Netanyahu é outra: «Israel terá de manter uma presença militar em toda a Margem Ocidental durante o futuro previsível». O que importa é criar «uma aliança mais vasta com forças moderadas na região», incluindo a Jordânia e os curdos. Tudo isto bem lubrificado, claro: segundo a Reuters (30.6.14), «os primeiros carregamentos de petróleo curdo foram comprados na semana passada por Israel», à revelia do Estado iraquiano, país onde esse petróleo foi extraído. A fazer fé no Financial Times (27.6.14), mesmo a Turquia estaria «pronta a aceitar um Estado curdo, numa viragem histórica». Cita o dirigente da maior petrolífera turca a dizer que «está sob intensa pressão, quer de Ancara, quer do [Curdistão Iraquiano] para comprar petróleo curdo, mas não o pode fazer sem pôr em perigo as compras que faz a Bagdade». A recente ocupação curda de Kirkuk põe o oleoduto Kirkuk-Ceyhan fora do alcance do governo iraquiano.

O «caos do Médio Oriente» não é obra do acaso. Tem pais, padrinhos e promotores activos. E olhando para o mapa que o coronel norte-americano Peters publicou há oito anos na revista das Forças Armadas dos EUA (Armed Forces Journal, Junho 2006) parece que o “novo Médio Oriente” tem guião. O Iraque está a ser desmembrado. Convém não esquecer que os curdos habitam noutros dois países (Síria e Irão) que estão na lista dos alvos dos EUA**. Não é o direito dos curdos à auto-determinação que faz mover o imperialismo. A balcanização é uma velha técnica de dominação imperial. A fragmentação do Médio Oriente visa todos os estados que, nas últimas décadas, foram barreira à dominação das grandes potências imperialistas e de Israel. E abre caminho para o Irão. Continuar a ler →

Capitalismo, violência e decadência sistémica – Jorge Beinstein

27 Sexta-feira Jun 2014

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capitalismo, Imperialismo, Iraque, Líbia, NATO. belicismo, Siria, Ucrânia, Venezuela, violência

Da Líbia à Venezuela, passando pela Síria, México, Ucrânia, Afeganistão ou Iraque, no que já decorreu da década actual presenciámos o desdobramento planetário permanente da violência directa ou indirecta (terciarizada) dos Estados Unidos e dos seus sócios-vassalos da NATO. Toda a periferia foi convertida no seu mega objectivo militar. A onda agressiva não se acalma, em alguns casos combina-se com pressões e negociações mas a experiência indica que o Império não agride para se posicionar melhor em futuras negociações e sim que negoceia, pressiona, com o fim de conseguir melhores condições para a agressão.

Estas intervenções quando têm “êxito”, como na Líbia ou no Iraque, não concluem com a instauração de regimes coloniais “pacificados”, controlados por estruturas estáveis, como ocorria nas velhas conquistas periféricas do Ocidente, e sim com espaços caóticos dilacerados por guerras internas. Trata-se da emergência induzida de sociedades-em-dissolução, da configuração de desastres sociais como forma concreta de submetimento, o que coloca a dúvida acerca de se nos encontramos diante de uma diabólica planificação racional que pretende “governar o caos”, submergir as populações numa espécie de indefensão absoluta convertendo-as em não-sociedades para assim saquear seus recursos naturais e/ou anular inimigos ou competidores… ou, ao contrário, trata-se de um resultado não necessariamente buscado pelos agressores, expressão do seu fracasso como amos coloniais, da sua alta capacidade destrutiva associada à sua incapacidade para instaurar uma ordem colonial (“incapacidade” decorrente da sua decadência económica, cultural, institucional, militar). Provavelmente encontramo-nos diante da combinação de ambas as situações.

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O Imperialismo dos EUA e da UE quer apoderar-se da Ucrânia – John Catalinotto

12 Quarta-feira Fev 2014

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EUA, Ucrânia, Ue

O imperialismo dos EUA e da UE está profundamente instalado na Ucrânia, apoiando um dos lados da luta interna pelo poder, com o objectivo de tornar esta antiga república soviética num apêndice colonial do Ocidente, ao mesmo tempo pondo um entrave à Rússia.

Representantes dos governos imperialistas dos EUA e da UE e Alemanha apoiaram os manifestantes da “oposição” na capital Kiev contra o governo ucraniano, até mesmo com líderes partidários da oposição pró-fascistas, que preenchem a sua odiosa retórica com diatribes anti-Rússia, anti-gay e anti-judaicas.
O Secretário de Estado dos EUA John Kerry e o ministro alemão dos estrangeiros Frank-Walter Steinmeier reuniram-se em Berlim a 31 de Janeiro e tiveram a arrogância de impor ao governo ucraniano os seus termos para um entendimento com a oposição.

Não há benefícios para os trabalhadores na conquista imperialista

Os trabalhadores dos EUA e da Europa Ocidental não partilham os interesses da classe dirigente imperialista na conquista da Ucrânia. Os interesses fundamentais dos trabalhadores e, claro, dos trabalhadores ucranianos, seriam mais bem servidos mantendo a NATO, o FMI e os banqueiros dos EUA e europeus fora da Ucrânia.

É importante sublinhar isto mesmo no começo deste artigo, porque os políticos imperialistas e os media corporativos distorceram os eventos na Ucrânia contando a história ao contrário, tal como haviam feito na Síria, na Líbia e outras partes do mundo na lista da reconquista imperialista.

O que está a acontecer na Ucrânia está longe de ser uma luta entre uma oposição “democrática” pró-UE e um regime “autocrático” pró-Rússia. Os partidos pró-UE na Ucrânia nasceram da “Revolução Laranja” de 2004 e são inimigos da classe trabalhadora e da soberania ucranianas.

Por outro lado, o partido do governo, que ganhou as últimas eleições em 2010 e colocou o Presidente Viktor Yanukovych em funções, tem um programa social e económico que pouco difere dos principais partidos da oposição.

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Declaração do Conselho Mundial da Paz acerca da recente explosão de bombas em Reyhanli/Turquia

13 Segunda-feira Maio 2013

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guera, intervenção, Israel, mercenários, Siria

O Conselho Mundial da Paz exprime séria preocupação acerca da explosão de bombas na cidade turca de Reyhanly, a alguns quilómetros de distância da fronteira com a Síria.

As muitas dezenas de mortos e o ainda muito maior número de feridos – a cujos familiares endereçamos a nossa solidariedade e as nossas condolências – acrescentam um novo elemento à escalada que os agressores da NATO e seus aliados regionais vêm levando a cabo. Não é casualidade que essa mesma cidade turca de Reyhanly venha há dois anos sendo utilizada como trampolim para o recrutamento, o treino e o envio de mercenários armados para a Síria, ao mesmo tempo que a mesma cidade era mencionada em numerosas declarações do Movimento Turco pela Paz como base de transferência de armas e equipamentos militares para o chamado Exército Sírio Livre.

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